Os ensinamentos do bambu
Depois de uma grande tempestade, a menina que estava passando férias na casa de seus avós chamou-os para a varanda e falou:
– Como essa figueira, árvore frondosa e imensa, que precisava de quatro homens para abraçar seu tronco, quebrou, caiu com vento e com chuva, e esse bambu tão fraco continua de pé?
A avó respondeu:
– Filha, o bambu permanece em pé porque teve a humildade de se curvar na hora da tempestade. A figueira quis enfrentar o vento. O bambu nos ensina sete coisas sobre a vida.
A primeira verdade: O bambu nos ensina a humildade diante dos problemas, das dificuldades. Eu não me curvo diante do problema e da dificuldade, mas diante daquele, o único, o príncipe da paz, aquele que me chama, que é o Senhor.
Segunda verdade: O bambu cria raízes profundas. É muito difícil arrancar um bambu, pois o que ele tem para cima ele tem também para baixo. Você precisa criar raízes profundas por meio da fé e da oração. A espiritualidade nos ajuda a criar raízes profundas.
Terceira verdade: Você já viu um pé de bambu sozinho? Apenas quando é novo, mas, antes de crescer, ele permite que nasçam outros a seu lado. Sabe que vai precisar deles. Eles estão sempre grudados uns nos outros, tanto que de longe se parecem com uma árvore. Às vezes, tentamos arrancar um bambu lá de dentro, cortamos e não conseguimos. Os animais mais frágeis vivem em bandos para que desse modo se livrem dos predadores.
A quarta verdade: O bambu nos ensina a não criar galhos. Como tem a meta no alto e vive em moita, comunidade, o bambu não se permite criar galhos. Nós perdemos muito tempo na vida tentando proteger nossos galhos, coisas insignificantes, pequenas, às quais atribuímos valor inestimável.
A quinta verdade: O bambu é cheio de “nós” (e não de eu’s). Como ele é oco, sabe que, se crescesse sem nós, seria muito fraco. Os nós são os problemas e as dificuldades que superamos. Os nós são as pessoas que nos ajudam, aqueles que estão próximos e acabam sendo força nos momentos difíceis. Não devemos pedir a Deus que nos afaste dos problemas e dos sofrimentos. Eles são nossos melhores professores se soubermos aprender com eles.
A sexta verdade: O bambu é oco, vazio de si mesmo. Enquanto não nos esvaziarmos de tudo aquilo que não nos ajuda a viver como Deus quer, seremos reféns de nós mesmos. É preciso criar um espaço para que Deus de fato possa ser o Deus de nossas vidas. Foi o que Jesus fez o tempo todo: vazio de si, para poder ser inteiro para o Pai e para o próximo.
Por fim, a sétima verdade: O bambu só cresce para o alto. Ele busca as coisas do alto. Essa é a sua meta.
Nestes tempos de superficialidade relacional e ética, em que as pessoas estão sempre muito ocupadas, o que faz com que interiormente estejam sempre “cheias”; neste tempo que carece de um referencial maior para viver, em que as pessoas estão cada vez mais sozinhas e sem raízes profundas, o bambu tem muito a contribuir.
Que em nossa vida a busca pelas “coisas do alto” seja sempre determinante.. Jesus diz: “Ponham em primeiro lugar na sua vida o reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará todas essas coisas” (Mateus 6.33)
Pa. Eliana Weber
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